segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Lamentações...

                   Me sinto só. Apenas isso. Bem-vindo a minha vida solitária. Sozinha: Palavra essa que decifra o que passo diariamente. Dor que em vez de arder,congela,maltrata,corrói. Dor que tira da alma o brilho latente e transformar em obscuro buraco. Sozinha,solidão,só. Apenas isso. Dor profunda. Não existe remédio que cure o que vem de dentro. Não dessa forma. 
                Ando nas ruas e os olhos não me são amigáveis. São como raios que me acuam como um cachorro moribundo com medo do predador. Ando de cabeça baixa, olhando para os meus pequenos passos nessa subida interminável. Ando só, corro só,paro só. Sem companhia,sem ninguém para dar as mãos. Ali as risadas já não fazem mais morada. Elas desistiram depois que em vez de demostrar forte alegria fizeram papel de bobo. Se acuaram, morreram de vergonha e se esconderam de todos, de tudo, de todo o mundo. 
              Durmo sozinha, acordo sozinha,falo sozinha. Minha loucura passou da sua sanidade. Infelizmente as paredes não me respondem, por isso, respondo a mim mesma. Então, dentro do meu quarto predomina-se o som da minha voz, que de tão sozinha se perde no seu próprio eco e se esquece de voltar. Minhas lágrimas caem. A única companhia que me resta são das águas salgadas proveniente da minha dor . Da minha tristeza. Da minha solidão que me absorve diariamente. Me sinto só. Apenas isso. 
                                                                         
                                    FIM  DA LAMENTAÇÃO...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Ela/Ele

Ela era como manhã de verão.
Ele, noite fria.
Ela era um vendaval.
Ele fraca calmaria.
Ela toda hora estava presente.
Ele de repente sumia.
Ela buscava ser sincera.
Ele por qualquer coisa metia.
Ela sempre teve certeza.
Ele nunca se decidia.

Ela por aí se encontrava.
Ele pelo mundo se perdia.
Ela sempre foi casa.
Ele não tinha ideia para onde ia.
Ela gostava de falar.
Ele fazia que ouvia.
Ela esbanjava felicidade.
Ele nem mesmo sorria.
Ela sonhava acordada.
Ele somente dormia.

Ela o amava com vontade.
Ele nunca soube o que sentia.
Ela ia em sua direção.
Ele apenas fugia.
Ela sempre se mostrava.
Ele só se escondia.
Ela sentia de verdade. 
Ele para todos fingia.
Ela somente o enxergava.
Ele nem se quer a via.

O amor dela era escaldante.
O dele nem fervia.
O carinho dela tinha dono.
O dele nem existia.

Ela enfim desistiu, enquanto ele não se resolvia.
Ela viu que tinha amor de sobra, mas que nele não cabia.