domingo, 21 de dezembro de 2014

Naquela manhã ...

        Hoje fui ao seu encontro, feliz pensando em como seria bom olhar em teus olhos de novo. Pensei em como seria bom acariciar seu rosto  e como seria maravilhoso os nossos beijos. Mas cheguei e não vi um sorriso em seu rosto. Cheguei e fiquei infeliz. Cheguei e tudo pareceu escurecer.
        Fui me aproximando de vagar e sentei do seu lado. Você tentou disfarçar porem deu pra perceber que tentou se afastar, nem que fosse um pouco. Olhei pra você e sua expressão me entristecia. Com certeza a culpa disso era minha, tinha que ser minha. Não conseguia mais te olhar, estava para baixo, entristecida, com vergonha de você. Como se eu tivesse cometido algum pecado.
       Você,de repente, deu um sorriso sarcástico e eu então perguntei o que houve. Você olhou fixo para o horizonte e disse que não era nada, nem se quer conseguiu olhar em meus olhos enquanto falava. Em seguida me espantei quando me cobrou o motivo de estar ali. Fiquei tão chocada com a situação que me esquecera do que tanto queria fazer.
        Rapidamente pedi pra você se ajeitar, fui me aproximando mais e fui de encontro aos seus lábios. Pude te beijar, mas não pude sentir a magia,não senti nada como sentia antes. Pela primeira vez seu beijo estava sem sabor,pela primeira vez provei do seu beijo entediado. Parecia que eu estava te obrigando a me beijar. Parecia que você não queria estar ali, não comigo. E assim nós fomos levando por vinte minutos. Eu te beijava cheia de carinho e você parava para pensar e eu ficava quieta, com vontade de chorar e me derreter em lagrimas.
        Por alguns minutos quase voltei a felicidade. Dessa vez foi você que veio em busca dos meus lábios. Meu coração então palpitava mais rápido e por dentro eu sorria.Entretanto, esse sentimento durou pouco, porque quando tive que ir embora me senti como se não fizesse diferença pra você. Você me soltou tão depressa que eu mal acreditei. Disse adeus tão espontaneamente que me assustei. Parecia que eu só te procurava para beijos longos e abraços. Parecia que você só me procurava para isso ou que eu só precisava disso.
       Fui embora com a expressão mais triste que meu rosto poderia ter.Fui com choros em meus olhos que não podia derramar.Fui embora e te deixei lá, deitado,emburrado,parecendo que eu era só mais uma que passava ali. Mais a culpa é minha, eu ainda suponho. Alguma coisa essa frágil menina te fez,apesar de não ter ideia do que foi. Mas mesmo assim, continuo a me sentir triste, sozinha e culpada. Como se eu realmente fosse nada. 
       Então,naquela manhã eu pude saborear dos teus beijos mais amargos.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

A forca dos pensamentos ...

              A lua estava linda,toda cheia de si.Da janela da sala fiquei perdida em seus encantos. Estava tão graciosa. Queria eu estar toda cheia de mim assim e esbanjando graça. Por um tempo fiquei encantada com todo seu brilho,hipnotizada com a sua forma.Mergulhei pelos céus ,nadei entre as estrelas e descansei em uma nuvem. Foi meu melhor descanso. Estava tão calma, meu problemas finalmente estavam presos no chão e eu voava por ai, sem rumo,livre, buscando apenas me sentir mais leve. 
            Como era ótimo me entregar a um pouco de descanso. Há tempos não consigo dormir direito. Meus pensamentos sempre me tiram o sono e me vejo obrigada a deixar meu olhos abertos em frente a TV com uma xícara de chocolate quente nas mãos. E assim seguiam minha noites, onde o descanso estava proibido. Porém,não sei como e nem porque meus pensamentos me deram uma trégua,me deixando livre por algumas horas. Tempo suficiente para que eu pudesse viajar pelos céus nessa noite tão bela. Em meu sonhos, dançava com a lua doces melodias.Rodei pelos céus embriagada pela leveza dos seus movimentos. 
           Mas tudo uma hora chega ao fim. Depois de algumas horas no mundo da lua, ganhei minha passagem de volta. Fui quase que obrigada a embarcar. Meus pensamentos estavam de volta e continuavam zangados. Ainda terei que pensar em como resolver esses pensamentos que me cercam e não me deixam voar quando eu quero. Eles são minhas amarras, minhas correntes. Juntos dos meus problemas me fazem prisioneira.Creio que não estou forte o suficiente parar conseguir arrebentar essas correntes que me prendem. O relógio corria cada vez mais rápido e á dias tento adiar a busca por soluções. Não sei se ainda tenho algum tempo á mais para buscar minha alforria. 
          Teria eu que resolver tudo isso e rápido.Da janela da cela já podia ver a sombra do que me espera e ouvir os gritos eufóricos das vozes do que me parecia ser uma multidão. Já estavam planejando minha sentença. Agora me restavam apenas alguns minutos. Era resolver e sobreviver ou me render e ser condenada a morte. Só sei que não deixarei nenhuma corda ser posta em meu pescoço.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Despedida...

       E eu vi ele partindo,indo em bora.Aquela ultima batida da porta nunca mais sairá da minha cabeça. Ele se foi, só disse que ia e não mais voltaria. Pedi para que me explicasse todos os seus motivos e apenas o que disse foi que a culpa não era minha.Eu nunca tinha ficado tao perdida. Se a culpa não era minha, então de quem seria ?? Sentada na poltrona fiquei perplexa pensando em possíveis respostas. Não encontrei. Me restou acreditar que a culpa não era mesmo minha.
       Comecei a pensar em como seria, porque era somente eu e Deus agora. Pensei:O que eu faria do meu amor ? E apenas o que eu sabia pensar era que tinha que me livrar dele, pois o motivo do meu amor tinha partido. O nossos tempos foram ótimos, cada lembrança, cada momento, cada toque,cada beijo. Nada pode ser esquecido, no minimo lembrado. E com certeza por mim será lembrado. 
      Nesse momento uma pequena lagrima escorre no meu rosto.Efeito colateral das lembranças de um tempo bom. De um tempo onde cada sorriso e cada olhar era algo novo. Um tempo onde a felicidade estava estampadas em cada parte de nós. Sentirei saudades, infinitas saudades. Mas o tempo corre, ele nos ajuda e fará com que a ferida amenize.
       Agora as lagrimas já eram constantes.Fechei meu olhos e comecei a conversar com Deus... O alivio era imenso. A campainha de repente toca, não estava esperando visitas. Sequei as lagrimas e fui atender a porta. Me assustei ao perceber que ele tinha voltado. Ele olhou para mim, me abraçou, me deu um ultimo beijo e disse baixinho que nunca iria me esquecer, porem ele tinha que partir. No fundo eu entendia, apesar de não querer. Olhei ele de volta, tornei a abraça-lo e mais um beijo lhe dei.Ficamos ali por algum tempo, apenas nos comunicando pelo olhar . Nenhuma palavra precisava ser dita, nós nos entendiamos.
       Por fim,tive que me despedir e leva-lo até a porta. Ali mesmo nos olhamos novamente e eu lhe disse que o amava como nunca amei alguém. Ele sorriu, me deu um beijos na testa e sussurrou no meu ouvido o que a tempos eu não ouvia de sua boca. Disse com uma voz suave,como se fosse uma linda melodia:'' Te amo minha menina moça.''