segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Good bye!

      Ela estava a sua espera, mas ele apareceu 30 minutos antes do previsto, pegando a doce menina de surpresa. A moça não conseguiu conter a alegria em vê-lo, pois era nítida em todas as partes do seu corpo. A sua presença sempre a deixava feliz, sem nem mesmo uma palavra. Entretanto, o entusiasmo durou pouco, foi interrompido como uma chuva raivosa no verão.
     O rapaz tentou até mesmo disfarçar o que acabava dizer para amenizar o peso da notícia, mas nada que conseguisse mudar a reação espontânea da menina. Sua garganta engasgou, suas mãos suaram e seus olhos começaram a lacrimejar. O fato de estarem frente a frente não a ajudou a segurar o lamento contido. 
     A moça queria chorar, queria se esconder, fugir, voltar no tempo. O rapaz, no entanto, tentava conversar, fazê-la rir, mas era em vão. Na cabeça daquela moça só ecoavam as palavras da partida. Ele teria que ir para longe sem data de regresso e ela que estava contente com sua chegada só queria desabar, feito um prédio em chamas. Naquele instante, uma linha do tempo tranpassava em sua mente, fazendo os dois últimos meses arderem feito brasa. A dor não poderia ser evitada. 
    Mesmo  assim, o choro não veio, não na quantidade desejada. Na frente do rapaz ela só queria demonstrar que estava bem, que poderia suportar aquilo como uma mocinha forte, mas como tudo na sua vida até alí, fracassou mais uma vez. Subitamente, a melancolia deu lugar a raiva fazendo a moça desejar não ter se aberto, não ter baixado a guarde em nenhum momento, não ter se envolvido como uma adolescente apaixonada novamente. Ela sentia raiva por ter começado o que não pederia permanecer. Dizem que devemos ter a alegria pelos bons momentos vividos, mas ela só pensava na tristeza que era ter acabado. 
    A raiva não durou muito, não o quanto ela pretendia pois o olhar do rapaz só fazia a frágil menina desejar estar perto, no seu abraço, sentindo o seu cheiro. Ela só queria estar ali e não deixá-lo partir. Infelizmente, nada pode impedir o fim que estava próximo e a dor do parto apesar de triste era inevitável. Nos braços o último abraço, nos lábios o último beijo e nos olhos o choro contido.Eles assim se despediram e ela soube, com todo o seu otimismo, que não o veria novamente. E foi aí que a doce menina entusiasmada chorou igual uma criança que perde o seu brinquedo favorito e nunca mais o encontra.

Two bodies...

Dois corpos. Uma noite. E o mundo inteiro lá fora. Uma ocasião para ser guardada dentro de uma caixinha chamada memória. Os risos e as brincadeiras abriram espaços para múltiplas sensações que antes não haviam sido experimentadas. Uma noite que não parecia ser suficiente para tantas emoções concentradas. 
 
Dois corpos unidos em cólera. As pupilas dilatadas indicavam que os prazeres da vida poderiam ser encontrados todos no mesmo lugar. Cada toque demonstrava mais do que a fala e a falta de ar impulsionava os prazeres indomáveis do olhar.

Dois corpos conectados em um só pensamento. As mãos no cabelo e em contato com a pele afloravam o sentimento. Os beijos no pescoço realsavam a sensibilidade eminente. Todos eles saiam ardentes iguais ao fogo que consome o que toca rapidamente.

Dois corpos entrelaçados e ofegantes, como haveria de ser. O tempo passando e sem eles nem mesmo perceber. O mundo lá fora era só detalhe e os sentimento contidos naquele quarto seriam sua sina. Os fogos de artificios não estava mais no céu e sim nos olhos daquela menina.