sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A sua escritora pede licença...

"A sua humilde “escritora” (se é que posso me chamar assim), pede licença para expor aqui um texto diferente. Não será nenhuma história fantasiosa, apenas derramarei os pensamentos que me enchem a mente a meses... espero que não se incomodem." 
             

           Começo dizendo que me mudei. Mas até ai tudo bem, você deve pensar que muitas pessoas se mudam de casa atualmente, por diversos motivos e que não é nada tão complicado. Só que eu me mudei de região, mudei de estado. Dei um salto da região sudeste para a centro-oeste e fui parar perto da capital federal,no coração do Brasil. 
          Mudou sua percepção agora não é mesmo? Pois bem. Em dezembro me mudei para um cidade pequena de Goiás (contra a minha vontade) e nela estou já tem 8 meses. Além de não conhecer ninguém aqui, não ter amigos aqui, a coisa que mais me preocupava eram os estudos. Porque antes eu estudava em uma ótima escola chamada C.I.E Miecimo da Silva, um colégio técnico onde tive que passar em uma seleção para entrar. Não era o melhor do Rio, mas era uma das melhores, (principalmente das regiões mais próximas da minha casa). 
        Ela possui uma boa estrutura e ótimos professores. Claro que tinha seus problemas, toda escola tem. Mas desde que eu comecei a estudar lá dava pra perceber que ela tinha um diferencial e o que eu mais gostava era algumas formas inovadoras de ensino, como as aulas integras, as visitas técnicas, as apresentações, o projeto bimestral, da sala especiais como a de informática, o laboratório de química, o auditório. Eu achava tudo isso muito cansativo, porém muito maravilhoso. E me mudar para um lugar na qual eu nem saberia nem mesmo onde iria estudar e ter que abandonar meu técnico foi a minha principal preocupação.Porém eu teria que encarar tudo isso e conhecer o que me esperava e foi ai que me senti decepcionada. 
         A escola na qual estudo hoje é bem menor comparada a minha antiga (e a minha antiga já não era um das maiores escolas do Rio). Mas isso é compreensível já que estudam nela um número bem inferior e ela não é um colégio técnico. Além do tamanho, todo resto é diferente. Por ela ser pequena não tem um refeitório, nos lanchamos dentro de nossas salas. A sala de informática não é utilizada, assim como nossa “biblioteca” que é realmente pequena. A quadra recebeu cobertura apenas esse ano e o chão dela não foi reformado, sendo ela apenas uma quadra com chão de concreto.Ela não tem um auditório, quando queremos nos juntar para assistir uma apresentação pegamos nossas cadeiras de dentro das salas e colocamos no corredor.Ela também não possui um laboratório de química todo equipado para se fazer experiências, mas creio que isso muitas escolas não tem.  
          Tudo bem, creio que vocês já entenderam que o governo não investiu muito na minha nova escola. “Mas o ensino é bom não é?” -Vocês devem estar se perguntando- “Já que Goiás é primeiro lugar no IDEB.” O ensino até poderia ser ótimo se nosso maravilhoso governador(aquele que não investiu na estrutura da escola), não tivesse atrapalhado a aprendizagem dos alunos duas vezes no ano. Sim meus amigos, assim que comecei a estudar (logo no primeiro dia de aula) descubro que nós não tínhamos todos os professores, que iriamos sair todos os dias mais cedo, pois todos os de contrato não estavam recebendo ou foram dispensados. Resultado: O primeiro bimestre não foi bem aproveitado, pois perdemos quase um mês e meio de algumas matérias. A direção não poderia fazer muita coisa, mas estavam em cima deles para que resolvessem. Enfim resolveram.No segundo bimestre estudamos com todas as matérias com professores e saímos no horário certo, com seis aulas por dia. Mas es que as férias do meio do ano acabam e voltamos as aulas com a mesma notícia do começo do ano: “Não temos todos os professores”. E eu ainda não tenho. Já estamos quase no fim de agosto, está chegando as provas e não temos professores. Não temos aula. 
         Sei que muitos alunos não estão ligando, pois isso tem em todos os lugares, mas eu ligo. Eu quero aprender, quero estudar, quero fazer vestibular, Enem, passar em uma faculdade. Mas o governo além de não fazer uma escola bem equipada (até porque ela é a única escola de ensino médio da cidade), para que os alunos possam aprenderem com dignidade, eles ainda tiram os professores. Eles não investem na infraestrutura da escola, nem em aulas mais diversificadas, com visitas fora da escola. Aposto que goiás tem ótimos lugares para se conhecer e que nos alunos podemos aprender muito com esses lugares. Não investem em uma grade curricular mais inovadora, só querem preencher horário. Não criam projetos que possam incentivar os alunos a serem criativos, a serem cidadãos de bem, a trabalharem em conjunto e nem uma forma de incentivar a serem bons alunos, com algumas premiações singelas de reconhecimento. NADA. Não fazem nada. E dessa forma eles esperam que os professores aprovem todos, que empurrem com a barriga aqueles alunos que não fizeram nada o ano inteiro, para que eles virem só mais um na estatística. Na falsa estatística. 
           Você deve estar pensando agora que sou uma daquelas alunas Nerds, que não tem nenhum amigo, senta na frente fazendo um monte de pergunta pro professor. Mas não é verdade. Tenho 17 anos, sou uma adolescente, tenho pensamentos de adolescente, gosto de coisas de adolescente. Sempre gostei de sair com meus amigos, de brincar na hora do intervalo, rir horrores. Não amo todas as matérias e também acho algumas aulas entediantes. Sou uma aluna normal. Porém, nunca fui aluna acomodada com um 5. Pra mim isso não é nota. 
         Não, eu não amo estudar. Mas tenho a consciência de que aprender é bom, que estudar vai me ajudar muito e que a vida não é fácil pra quem estuda, imagina pra quem não faz isso. Sempre quis tirar boas notas, fazer todos os trabalhos, aprender, dar orgulho pros meus pais e ter orgulho de mim mesma. Por isso fiz provas para colégios técnicos e federais, para ter um ensino melhor, para poder aprender com dignidade. E fico realmente triste de ver a forma de estudo que hoje estou exposta. Os professores tentam, a direção tenta, mas não são eles que mandam. Eu só queria poder contar com uma escola tão boa quanto a que eu estudava antes. Ou até melhor, porque era algo possível.  
       Sim, sou aluna do ensino público estadual que realmente tem o sonho de uma faculdade. E mesmo que os imprevistos tenham me tirando de um caminho com mais flores e menos espinhos e tenham me colocado em um com mais espinhos e menos flores, não vou desistir. E venho aqui apenas desabafar com vocês, derramando essa penca de reclamações e dizer que não vai ser dessa vez que os imprevistos e governo vão me derrubar. 

      Obs: Não sei como estão as outras escolas de outras cidades do estado. Todos esses pontos foram observados da escola que hoje eu estudo.

Ela ...

            Ela caminhava, solitária porem sorridente. Com seus fones de ouvido e seus cabelos ao vento andava pela cidade. Muitos não entendiam porque ela ria sozinha e porque havia luz em seu rosto.
Creio que nem mesmo ela saberia o por quê, Talvez fosse a musica,o clima,a cidade, os seus pensamentos. Nada melhor que sorrir por grandes memórias. 
            A moça de cabelos longos tinha o sorriso farto, seus olhos eram azuis da cor do céu ensolarado dessa manhã e possuía um andar inconfundível. Ela não era deusa, musa, nem modelo de revista. Mas tinha a beleza de uma mulher verdadeira. Sem mentiras, sem paranoias. O seu sorriso era de longe sua maior beleza. Seu carisma era seu passaporte para viajar pelo mundo. E sua fala doce era seu maior encantamento. Bela, formosa, maravilhosa. Linda e nem se dava conta disso. Um verdadeiro sacrilégio.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Meu inverno, inverno meu...

               Ouço o barulho da chuva,mas não vejo gotas de água caindo do céu. Sinto frio do inverno, apesar de estar no calor intenso de fevereiro. Então percebo que tudo isso que sinto parte de dentro de mim. Eu estou chovendo por dentro e o frio congela as minhas entranhas. Gota por gota vai me desmanchando, como se eu fosse um pedaço de papel, um grão de açúcar, uma menina frágil na chuva. Minha alma resfria-se e com 40° gruas de febre fica de cama. O meu inverno é ainda mais intenso.Minhas estações sempre foram trocadas. Agora me nevo.Cada pedacinho de gelo me esconde. Me tornei uma geleira. Sou agora um Iceberg. Frio,sozinho, porém grande por dentro. Neste instante virei nevasca.Causo estragos por onde passo, meus ventos violentos abusam do bom senso.Então, algo estranho acontece. A tempestade de repente se vai. Pequenos grãos de neve caem com ternura. Crianças felizes fazem anjos de neve em mim.Guerras de bolas de neve estão por toda parte... enfim, me derreto. Meus invernos já foram mais tristes.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Amo-te...

         Você é aquela musica triste, que toca, me decifra e me faz chorar. E aquela comida que não caiu bem e me deixou mal a tarde inteira. Você é o sol no dia nublado. É a chuva no deserto.Você é o mal e o bem no mesmo frasco. O impossível e o interminável na mesma gota. Você é a sanidade que me transforma em loucura. 
        E mesmo assim, digo que amo-te. E nada mais me sai da boca. Grito em silencio. Nos meus olhos está o seu brilho e no meu interior esta tatuado o seu nome. Loucura, não acha? Mas digo que não é algo evitável. Não é como dizer não e tudo some. Não é algo que eu possa negar.
        Se eu digo não, meu coração retruca e briga o dia inteiro. Me chama de mentirosa e exclama que ele sabe da verdade. Se eu digo não, o sentimento não some, a dor não vai embora, muito menos a saudade. 
       Você, meu amor, é o paradoxo da minha vida.