Foi o sorriso bobo.
Aquele que eu dei pela primeira vez,
por um impulso
de insensatez,
que identificou
que nada mais se poderia fazer.
Não importavam
as palavras ditas
e nem escritas
de negação,
pois o rosto já não atuava bem a dissimulação.
E o olhar?
Este era
difícil de corromper.
E eu, de
resolvida
me vi tão
envolvida,
que precisei me
render.
E tive que
perceber,
que daqui pra frente
o brilho só
seria perdido ao fechar dos olhos
para o
encontrar dos lábios.
E que desse
movimento
outros
sentimentos
seriam emanados
por todos os lados.
Foi em cada
enroscar dos dedos,
a cada pulsar
da pele,
que nada mais
se fazia superficial.
Mas, o que eu
não esperava
era que o
sentir vulnerável
se demonstraria
favorável
a tudo aquilo
que o destino
queria promover.
Sendo ele tão insistente,
não se cansava
de repetir,
que uma chance
era o
suficiente
para não me
arrepender.
A felicidade
estava posta a mesa,
da entrada a
sobremesa.
E eu,
faminta por
anos,
me deliciei
sobre a certeza que não voltaria atrás.
Foi o sorriso
bobo,
eu retomo.
E te tomo
da sua vida
para embaraçar
nas confusões da minha.
Pedindo licença
ao destino
para te fazer
sentir
tudo aquilo que
você me faz.
(Escrito em julho de 2022)