terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Bobo.

Foi o sorriso bobo.

Aquele que eu dei pela primeira vez,

por um impulso de insensatez,

que identificou que nada mais se poderia fazer.

 

Não importavam as palavras ditas

e nem escritas de negação,

pois o rosto já não atuava bem a dissimulação. 


E o olhar?

Este era difícil de corromper.

E eu, de resolvida

me vi tão envolvida,

que precisei me render.

 

E tive que perceber,

que daqui pra frente

o brilho só seria perdido ao fechar dos olhos

para o encontrar dos lábios.

E que desse movimento

outros sentimentos

seriam emanados por todos os lados.

 

Foi em cada enroscar dos dedos,

a cada pulsar da pele,

que nada mais se fazia superficial.

 

Mas, o que eu não esperava

era que o sentir vulnerável

se demonstraria favorável

a tudo aquilo

que o destino queria promover.

 

Sendo ele tão insistente,

não se cansava de repetir,

que uma chance

era o suficiente

para não me arrepender.

 

A felicidade estava posta a mesa,

da entrada a sobremesa.

E eu,

faminta por anos,

me deliciei sobre a certeza que não voltaria atrás.

 

Foi o sorriso bobo,

eu retomo.

E te tomo

da sua vida

para embaraçar nas confusões da minha.

Pedindo licença ao destino

para te fazer sentir

tudo aquilo que você me faz.



(Escrito em julho de 2022)

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