terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Bobo.

Foi o sorriso bobo.

Aquele que eu dei pela primeira vez,

por um impulso de insensatez,

que identificou que nada mais se poderia fazer.

 

Não importavam as palavras ditas

e nem escritas de negação,

pois o rosto já não atuava bem a dissimulação. 


E o olhar?

Este era difícil de corromper.

E eu, de resolvida

me vi tão envolvida,

que precisei me render.

 

E tive que perceber,

que daqui pra frente

o brilho só seria perdido ao fechar dos olhos

para o encontrar dos lábios.

E que desse movimento

outros sentimentos

seriam emanados por todos os lados.

 

Foi em cada enroscar dos dedos,

a cada pulsar da pele,

que nada mais se fazia superficial.

 

Mas, o que eu não esperava

era que o sentir vulnerável

se demonstraria favorável

a tudo aquilo

que o destino queria promover.

 

Sendo ele tão insistente,

não se cansava de repetir,

que uma chance

era o suficiente

para não me arrepender.

 

A felicidade estava posta a mesa,

da entrada a sobremesa.

E eu,

faminta por anos,

me deliciei sobre a certeza que não voltaria atrás.

 

Foi o sorriso bobo,

eu retomo.

E te tomo

da sua vida

para embaraçar nas confusões da minha.

Pedindo licença ao destino

para te fazer sentir

tudo aquilo que você me faz.



(Escrito em julho de 2022)

Pensamentos Intrusivos

Já ouviu falar naquele sentimento que temos no alto de uma montanha? 

De querer sem mais nem menos se jogar de maneira inconsequente? 

É assim que me sinto perto de você. 

Quando você me olha e me beija...

 Eu penso em me jogar. 

Quando você segura as minhas mãos e tenta me conquistar...

Eu penso em escorregar. 

Porém, uma parte de mim resiste. 

Assim como resistimos no alto de um prédio enorme. 

Pois as consequências serão as mesmas. 

Se eu for em queda livre, 

o sofrimento no fim é certeiro. 

Os ferimentos incontáveis serão igualmente dolorosos. 

Se eu me jogar, 

nada me dará a certeza que irei sobreviver. 

Mas te beijado, 

te abraçando e te olhando assim...

 Não sei por quanto tempo permanecerei apenas na beirada.

E não sei como agir para, no alto dessa montanha que é sentir, encontrar maneiras de, não só cair, 

mas de voar até você.



(Escrito em junho de 2022)

quarta-feira, 1 de junho de 2022

Reality shock...

Até quando você vai esperar por uma mensagem? Até quando vai aguardar um sinal divino? Vai ficar ansiosa por uma migalha de afeto? 

Enxugue essas lagrimas e limpe esse rosto. 

Nada do que você sofreu até agora mereceu ser vivido por você. 

Desista!

Siga em frente e não pense nem por um segundo que as coisas poderiam ser diferentes. 

Não foi a distancia o empecilho. Você precisa entender. Estar longe foi só a maneira mais fácil de esconder o que de fato aconteceu. 

Suas expectativas te enganaram por muitos anos. Agora, por favor... faça ela parar. 

Cultive outros sentimentos e jogue esse que você possui fora. 

Mas jogue hoje, se possível, nesse instaste. 

Jogue ainda enquanto falo com você. Assim, amanhã ele estará longe de ti. Te deixará em paz. E você vai poder viver sem essa tristeza do "talvez" que te consome. 

Se existe dúvida;

se existe alguma gota de incerteza;

 seja você esse ponto final.


(Escrito em janeiro de 2022)


segunda-feira, 4 de abril de 2022

Blank story...

Te olhar de novo tão de perto foi avassalador. Parecia que não fiquei um momento sequer longe de você. Seu sorriso conseguiu ser ainda mais lindo e sua voz continua a me desmanchar. Seu tom misterioso não mudou e mais do que nunca eu gostaria de fazer parte dos teus pensamentos. 

Te ver foi como se minhas preces fossem atendidas. Foi como se meus sonhos se realizassem. 

Nesse momento eu percebi que o que me quebrou por meses não foram suas atitudes. Seria até bem mais fácil se você tivesse me decepcionado. Mas foi o "e se?' que me desmontou inteira. Foi o "talvez" que incendiou a minha casa. Foi o "quem sabe?" que quebrou o meu coração. 

Você ter partido horas depois que eu finalmente abri minha guarda para alguém foi como se eu fosse metralhada por todos os ângulos. Não havia chances de escapar. 

O fato de, depois de anos, eu pensar que finalmente poderia me apaixonar de novo foi o que me destruiu. Olhar para você e enxergar uma possibilidade foi o que me matou. E a pergunta de "como teria sido?" sem resposta foi o que me impediu de desistir de você imediatamente.

Eu era uma menina que só queria tentar. Só queria que desse certo com a gente. 

Foi o que pedi por muito tempo...

Apenas a possibilidade de escrever essa história, mesmo que o final fosse igualmente triste quanto mantê-la em branco. 



(Escrito em dezembro de 2021)

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

I wanted to read your thoughts...

"Eu tenho medo de te perder". 

Pensava eu olhando para tela do meu celular. Aguardando aquela mensagem que nunca viria. 

"Mas como se perde aquilo que nunca foi nosso?" Dizia uma voz no meu subconsciente. 

Era impossível. 

Mesmo assim, sigo tendo medo. 

Medo de que, enquanto me faço ausente, esperando que sinta a minha falta, você esqueça de mim de uma vez. 

Só que não posso mais tentar. Na verdade, não sei mais o que eu tenho tentado. 

Me fazer presente em sua vida a força me pareceu sempre um erro. 

Nunca soube o que de fato eu conseguia despertar em ti. 

Saudade? Só despertei em mim mesma. À todo momento.

Saudades suas e, principalmente, saudades minhas. De quem um dia eu fui sem conhecer a beleza do teu rosto.

Não digo que eu era melhor antes. Provavelmente não. Apenas um pouco mais resistente. 

Minha antiga eu, antes de ti, talvez soubesse algum conselho para me dar. Só que você chegou e eu não consigo recordar de nada que ela teria me dito.

Uma bagunça. 

Foi o que aconteceu. 

Você conseguiu pegar a minha vida e vira-la de ponta cabeça tão facialmente. Nem parecia que eu tinha ficado anos botando cada móvel no lugar.

Hoje eu me deito na desorganização. É complicado tocar no que você mexeu.

E o medo? Ainda esta aqui. Sentado no sofá. Não sei o que faço com ele.

"Ah se eu pudesse ler seus pensamentos". Vem mais uma voz a me dizer.

Penso que poderia funcionar. 

A frustração, na minha cabeça, é dada como certa. Seria, contudo, melhor que qualquer dúvida que eu já adotei.

Expectativas? Minhas. Todas minhas. Essa culpa eu não poderei deixar de carregar.

Porém, por instantes, eu pensei que não estivesse só. 

Não, eu não quero pena e nem favores. Desculpe se essas linhas deixaram alguma margem para esse entendimento.

Esses são apenas versos de quem esteve acompanhada pelo medo. Mas que aprendeu a conviver com o silêncio da boca e do pensar. 

Eu não posso ler seus pensamentos. Todavia, ainda posso controlar os meus. 

E ao longe, ouço uma última voz, quase um sussurro, dizendo...

"Despeja o medo e vá viver"

È, acho que vai ser melhor assim.

domingo, 26 de dezembro de 2021

Imagine...

Acho que nunca disse isso, mas eu sempre quis morrer. 

Bom, não sempre. 

Quando se é criança, você quase não pensa nisso. A morte meio que te é negada. 

Os adultos fazem com que ela seja menos dolorosa e próxima do que realmente é. 

E como uma boa criança, eu gostava desses meus dias em que eu não sabia da existência dela.

Nessa época, tudo ainda era multicolorido. 

Minhas brincadeiras e mundos imaginários me carregavam e me enchiam de felicidade.

Foi aos nove anos, no entanto, que eu quis morrer pela primeira vez. 

Eu não via assim, na verdade. 

O sentimento era de querer sumir. Deixar de existir. Sendo o óbito, basicamente , seu sinônimo. 

Motivos? Eu juro que eu tinha. 

Era muito jovem para passar por isso. 

Eu quis um jeito diferente de morrer, enquanto, inconscientemente, suplicava a morte. 

Aí foi onde eu precisei sobreviver pela primeira vez. 

Anos se passaram e fui vivendo bem. 

Só que na adolescência, foi difícil. 

Eu descobri outras formas de querer o extermínio. 

Eram mais situações que eu não deveria passar, misturadas com desespero e tragédias.

Você deve estar pensando em dramas adolescentes. Cheios de exageros de uma pessoa com pouco tempo de vida. 

E eu gostaria de, nesse instante, olhar no fundo dos teus olhos e lhe dizer que tudo foi apenas um grande drama. 

Mas aprendi que mentiras desse tamanho te assombram a noite.  

Ainda acredito que fui forte muitas vezes nesse período. Porém, efetivamente, foi onde eu mais quis a inexistência.

Superando qualquer expectativa, eu consegui deixar isso para trás...

...

Tudo bem. Isso é uma falácia. 

Nada foi deixado para trás. 

E eu nunca fiz terapia para superar. 

Arrisco dizer que talvez tenha apenas fingindo que nenhum desses problemas de fato tenham existido. 

... 

Mas, enfim. 

Mesmo assim, eu comecei a entender que o perecimento não resolveria nada. 

Na verdade, resolveria. 

Mas apenas para mim. E essa não é a questão. 

Eu sumiria juntamente com cada pedrinha de dor. Deixaria, contudo, pedras enormes para quem ficasse. 

E mesmo que viver seja um fardo que, muitas vezes, eu já desejei não carregar. Não posso resolver pesando o fardo daqueles que me amam.

Então, a força, eu aprendi a viver.

Aprendi a não querer o decesso. 

Eu resolvi tentar por todos aqueles que me sorriem de volta e estão do meu lado, para, às vezes, carregar um pouco desse fardo comigo. 

Vivi bem por um tempo. 

Busquei soluções melhores. Passei por momentos incríveis. 

Enchi alguns de orgulho. 

Decepcionei outros. 

Passei por tempestades. 

Busquei a resiliência. 

Fui feliz. 

Fui triste.

Amei. 

Me machuquei. 

Vivi a vida como ela é. 

Mas hoje. Nesse momento. Enquanto você lê cada uma dessas linhas. 

Imagine que o meu fardo desabou.

E eu não sei se quero carrega-lo de novo.



domingo, 26 de setembro de 2021

So I left...

Sabia que eu sempre quis ficar?

Eu queria ficar do seu lado na primeira vez que eu te vi, para, pelo menos, conseguir trocar mais de duas palavras. 

(Ai, se eu tivesse mais lúcida aquele dia, sobraria mais espaço pra me embriagar de você)

Eu queria ficar no nosso primeiro encontro pra ver você por mais tempo se atrapalhando na cozinha e olhando pra mim com aquela carinha de bom moço. 

(E, felizmente, não era só o rosto)

Eu queria ficar naquela viagem que eu aceitei sem pensar muito nas consequências que o desconhecido poderia me trazer. 

(Porém, era um desconhecido com você, eu não poderia perder)

Eu queria ficar depois daquela minha volta pra sua casa em que meu celular foi esquecido por engano. 

(Parecia até o acaso dizendo que a intenção era permanecer)

Eu queria ficar. 

Eu teria ficado se você dissesse que eu poderia.

Eu sempre quis ficar, sabia?

Mas você não quis. 

Então eu parti.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Time doesn't return...

São anos se passando...


Vários por do sóis perdidos e da minha varada vejo um horizonte sem você. Foram tempos ignorando a solidão, o silêncio do seu vazio. Tentei não enlouquecer com a sua ausência. Falei sozinha por dias. Chorava ao mesmo tempo que sorria lembrando do seu toque sobre mim. Tentei ser a única. Fracassei em ser o seu novo e derradeiro amor. Caminhei quilômetros para me despedir e seu adeus foi tão doloroso quanto perde-lo para a morte. Nunca mais pude te ver, nem por segundos, e isso me consumiu por meses. Demorei para me recompor, mas encontrei uma fórmula de viver sem sua presença.


Ainda são anos se passando...


Porém, mesmo assim, você esteve em meus sonhos recentes. Torci para você inconscientemente lembrar de mim. Peguei aquelas últimas musicas da sua playlist e quis que fossem sobre nós. A superação é sempre desmontada após ouvir sua voz. Pareço perdida por querer que você de algum modo me queira também. Sou tola por achar que existe a gente em algum futuro próximo quando sempre foi só você. Você em si mesmo tem o poder de me despertar qualquer sentimento, mas prefere que eu não sinta nada.


E o tempo nunca para...


Hoje eu olho sua foto e sei que não irá voltar. Não para mim. Para o pseudo nós que fomos por tão poucos meses. Você vê em mim nada para além dos seus olhos. Eu vejo você com o maior amor que poderia sentir.  Mas as contas nunca irão bater. Por isso, sua ausência se fez necessária. Não poderia te ver sem me despedaçar por dentro. Preferi a dúvida de não saber como anda o seu futuro do que ter a certeza de que não estarei mais nele. A gente poderia ter sido mais do que fomos, mas fomos apenas o que poderíamos ser. 


E não existe mais volta para o tempo que deixamos passar...


sábado, 31 de outubro de 2020

Para (Ale)m...

Quando você chegou, eu nem reparei. 
Estava um pouco distante, talvez por demais concentrada.
Você chegou a reclamar tempos depois da forma como te ignorei. 
Mas juro que não tinha nenhuma intenção, nessa falta de atenção danada. 

E hoje vejo que fui completamente distraída e quase perco o que tinha de  melhor para a minha vida.

Mas, diferente do que geralmente acontece, você em mim insistiu. 
Que para quem te conhece sabe que é algo surpreendente. 
Até hoje lembro da nossa primeira conversa que nos uniu.
Tão engraçada e simples, que não paramos de mostrar os dentes. 

Com alguns segundos e por algumas horas, eu fiquei sabendo de anos e anos da sua existência e hoje agradeço pela sua insistência.

Em menos de uma semana você em mim depositou confiança, 
acreditando na minha palavra sem me conhecer totalmente. 
E sendo assim iguais porém diferentes, 
fortalecemos devagar a nossa aliança. 

Você me conquistou com toda a sua força e personalidade,
sem sequer demonstrar vaidade. 
A amizade foi acontecendo, nossos defeitos foram aparecendo, 
mas tudo isso acabou nos aproximando de verdade.

Digo, com toda propriedade investida a mim por mim mesma, 
que você tem o sorriso mais encantador que já conheci e o coração mais sensível que já vi. 
Estar com você é algo completamente intrigante. Tem altos e baixos, pequenos e médios. 
Tem tudo o que é preciso pra deixar uma relação estrondosamente gigante.

E de todas as histórias de amor que vivi, tentei viver e procurei fazer acontecer, 
percebi que essa é de longe a mais inteira. 
Por que você me ama apesar do que eu sou, me odeia por esse mesmo motivo, 
mas que mesmo assim não desistiria de mim nem de brincadeira.
 
Esse poderia ser um texto de amor. 
Daqueles românticos e de história antiga. . 
Aqueles que a gente vê na TV e quer pra vida.
Mesmo sabendo que está
fora da realidade. 

Mas digo que esse texto é com certeza de amor. Aquele completo, confiante e de verdade. 

Por isso ele é dedicado a minha maior paixão, 
que me ama e que me obriga a me amar também. 
Que me quer por perto até depois da briga. 
Que é minha, para além de amor, amiga. 

sábado, 13 de junho de 2020

Today I say goodbye...

Hoje eu me despeço...
Você já foi há meses. Mas hoje eu digo adeus. Nesse momento,você pode me imaginar de longe, acenando delicadamente e com os olhos marejados. Triste o suficiente por você ter partido, mas forte na medida para deixar de olhar para trás. Hoje em dia, existem quilômetros de distância, mas mesmo assim, espero que consiga ouvir minha voz dizendo "Adeus". Embargada, talvez. Porém, sem hesitar.

Hoje eu me despeço...
A saudade foi longa, ocupou bem seu espaço. Ela quase me destruiu muitas vezes durante a noite, pois apesar de amável conseguia ser muito devastadora. Era também muito falsa, dizia coisas lindas para permanecer debaixo de um teto. Porém, hoje ela está desabrigada. Assinei sua ordem de despejo e o seu lugar agora encontra-se vazio, apenas com uma placa escrita "Em obras". Vai ser preciso consertar algumas coisas antes que outro alguém ocupe esse lugar.

Hoje eu me despeço...
Na memória estão as lembranças. Borradas, sem cor e cada vez mais embaçadas. A despedida chegou tarde, por isso elas já não são tão nítidas e gradativamente vão ficando sem sentido. Isso me ajudou, eu confesso. Não sei se conseguiria continuar dormindo com seus olhos aparecendo todas as vezes antes de adormecer. Atualmente, eu só pago. Existe somente uma escuridão. Os seus olhos, enfim, se fecharam. E a porta aberta do meu coração? Ela também se fecha. Sorte a minha nunca ter te entregado a chave. Basta tranca-la agora.

Hoje eu me despeço...
Dessa vez mais leve, com a mente no lugar e tendo a consciência de que você tem que sair daqui. Não há mais possibilidades de te manter vivo dentro de mim. Eu preciso te deixar ir para que eu volte ao meu controle. Eu precisei. Lembre-se disso. Eu fui praticamente obrigada. Demorou muito,eu sei. Só que eu não posso mais gritar pro além. Você não consegue me ouvir e eu não quero mais perder minha voz. 

Então, eu vou. Galgando degrau por degrau. Dando passos simples, porém gigantescos. Só que agora no meus olhos já não correm lágrimas, minha voz se encontra firme como um alicerce de um prédio enorme e continuo mais convicta do que antes de que não existem mais motivos para hesitar. Assim, eu desapareço, com os olhos brilhando, de cabeça erguida, soltando aqueles papéis prateados e cantarolando qualquer musiquinha repetitiva... Comemorando o dia que eu finalmente me despeço de você.


The time has passed...


O tempo passou...

As estações se transformaram.

O sol nos abandonou, as árvores secaram e o frio faz morada.

O tempo passou...

A maioria dos feriados se foram.

Os carnavalescos descansaram e a época de pular a fogueira está acabada.

O tempo passou...

Mas você não.

Você permaneceu.

E de mim não quer partir.

(Nota: Escrevi isso no dia 15 de agosto de 2019 e simplesmente esqueci dele. Agora venho aqui compartilhar...)

segunda-feira, 13 de maio de 2019

tão extensa quanto esses versos.

Eu me prendi a você com amarras tão fortes que não consigo desatar. Você só fez laços, sabendo que a qualquer momento teria que soltar.
Eu fui a que gostou mais, como se finalmente tivesse encontrado alguém para quem pudesse de corpo e alma me despir. Você também gostou, não há como mentir mas foi apenas o suficiente para que no fim pudesse calmamente se despedir. 

Eu fiquei, você se foi e não vai voltar. E eu queria ter mais alguém além de mim mesma para poder culpar.

E a nossa história foi ...

terça-feira, 5 de março de 2019

I want you

(Querer você deveria ser simples, tranquilo e sem exageros. Mas não é. )

Eu quero você. Para poder te tocar, segurar suas mãos e fazer carinho nos seus dedos enquanto assistimos qualquer coisa na TV.

Eu quero você. Para poder olhar nos seus olhos por mais de alguns segundos e perguntar o que se passa na sua cabeça naquele momento. Para acariciar o seu rosto ao mesmo tempo em que me deito no seu ombro e começamos a conversar sobre assuntos banais.

Eu quero você.  Para  andar de mãos dadas pela cidade, para rir das idiotices que eu digo o tempo inteiro e para te fazer sorrir de novo com aquele meu olhar desconcertado.

Eu quero você. Para poder tomar um drink ou dois e começar a tagarelar como se as palavras saíssem voando da minha boca sem eu nem mesmo perceber. Para te ver cozinhar enquanto eu tagarelo mais um pouco sentada na mesa da cozinha e te observo distraída.

Eu quero você. Para assistir um filme de uma duração prolongada que eu nunca teria visto sem que você insistisse e me ajudasse a gostar conjuntamente com seus gestos de carinho.

Eu quero você. Para ter seu corpo na minha cama de manhã e para que ele esteja lá quando eu adormecer , para ter os seus beijos no meu pescoço e seu toque no meu corpo inteiro, para sentir tudo aquilo que só você consegue me despertar da maneira mais confortável possível.

Eu quero você. Para poder fazer tudo isso enquanto misturamos os nossos beijos nos intervalos de cada um desses momentos.

Eu quero você, entende ?
Quero para fazer tudo isso por mais tempo, por mais vezes, por mais dias e por mais horas.

Eu quero você.

E até agora não existiu um dia, no qual, eu deixasse de te querer.



segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Good bye!

      Ela estava a sua espera, mas ele apareceu 30 minutos antes do previsto, pegando a doce menina de surpresa. A moça não conseguiu conter a alegria em vê-lo, pois era nítida em todas as partes do seu corpo. A sua presença sempre a deixava feliz, sem nem mesmo uma palavra. Entretanto, o entusiasmo durou pouco, foi interrompido como uma chuva raivosa no verão.
     O rapaz tentou até mesmo disfarçar o que acabava dizer para amenizar o peso da notícia, mas nada que conseguisse mudar a reação espontânea da menina. Sua garganta engasgou, suas mãos suaram e seus olhos começaram a lacrimejar. O fato de estarem frente a frente não a ajudou a segurar o lamento contido. 
     A moça queria chorar, queria se esconder, fugir, voltar no tempo. O rapaz, no entanto, tentava conversar, fazê-la rir, mas era em vão. Na cabeça daquela moça só ecoavam as palavras da partida. Ele teria que ir para longe sem data de regresso e ela que estava contente com sua chegada só queria desabar, feito um prédio em chamas. Naquele instante, uma linha do tempo tranpassava em sua mente, fazendo os dois últimos meses arderem feito brasa. A dor não poderia ser evitada. 
    Mesmo  assim, o choro não veio, não na quantidade desejada. Na frente do rapaz ela só queria demonstrar que estava bem, que poderia suportar aquilo como uma mocinha forte, mas como tudo na sua vida até alí, fracassou mais uma vez. Subitamente, a melancolia deu lugar a raiva fazendo a moça desejar não ter se aberto, não ter baixado a guarde em nenhum momento, não ter se envolvido como uma adolescente apaixonada novamente. Ela sentia raiva por ter começado o que não pederia permanecer. Dizem que devemos ter a alegria pelos bons momentos vividos, mas ela só pensava na tristeza que era ter acabado. 
    A raiva não durou muito, não o quanto ela pretendia pois o olhar do rapaz só fazia a frágil menina desejar estar perto, no seu abraço, sentindo o seu cheiro. Ela só queria estar ali e não deixá-lo partir. Infelizmente, nada pode impedir o fim que estava próximo e a dor do parto apesar de triste era inevitável. Nos braços o último abraço, nos lábios o último beijo e nos olhos o choro contido.Eles assim se despediram e ela soube, com todo o seu otimismo, que não o veria novamente. E foi aí que a doce menina entusiasmada chorou igual uma criança que perde o seu brinquedo favorito e nunca mais o encontra.

Two bodies...

Dois corpos. Uma noite. E o mundo inteiro lá fora. Uma ocasião para ser guardada dentro de uma caixinha chamada memória. Os risos e as brincadeiras abriram espaços para múltiplas sensações que antes não haviam sido experimentadas. Uma noite que não parecia ser suficiente para tantas emoções concentradas. 
 
Dois corpos unidos em cólera. As pupilas dilatadas indicavam que os prazeres da vida poderiam ser encontrados todos no mesmo lugar. Cada toque demonstrava mais do que a fala e a falta de ar impulsionava os prazeres indomáveis do olhar.

Dois corpos conectados em um só pensamento. As mãos no cabelo e em contato com a pele afloravam o sentimento. Os beijos no pescoço realsavam a sensibilidade eminente. Todos eles saiam ardentes iguais ao fogo que consome o que toca rapidamente.

Dois corpos entrelaçados e ofegantes, como haveria de ser. O tempo passando e sem eles nem mesmo perceber. O mundo lá fora era só detalhe e os sentimento contidos naquele quarto seriam sua sina. Os fogos de artificios não estava mais no céu e sim nos olhos daquela menina.

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Você e ela.

          Eu não queria que você fosse tão apegado a ela. Nem que ela soubesse mais sobre você do que eu poderia imaginar algum dia. Eu desejaria que ela não existisse e não te completasse dessa maneira. Vocês fazem um belo casal e eu, nitidamente, nunca faria parte disso. Vê-los de mãos dadas feriu o meu coração, me fez querer perder os olhos. Mas o que eu poderia fazer? Lutar contra os fatos seria dar socos ao vento, mesmo que cada cena fosse um soco no meu peito.
            Você pode não perceber e nem mesmo concordar comigo, mas o seu olhar ao pronunciar o nome dela sempre foi revelador. São histórias em demasia para serem trocadas dessa maneira, eu não o culpo. Só suplicaria pela não existência dela. Talvez seja egoísmo da minha parte querer somente a minha felicidade em prol do sofrimento alheio, porém não tem escapatória. Ou eu sofro, ou ela sofre. Pena que eu sempre fiz mais amizades com meus sofrimentos.
           Não quero que escapem da sua boca palavras bonitas, pois ainda que encantadoras, elas não deixariam de arder sobre a minha pele. Só a verdade pode me aliviar. E mesmo que eu trabalhe bem nos maiores espetáculos, dessas suas próximas cenas eu me abstenho. Agora estarei na plateia, sem aplausos e nem vaias, apenas olhando de longe o papel que nunca me pertenceu.

Você e ela.
Ambos se encaixam e eu sempre fui a carta fora do baralho ou a peça do quebra cabeça defeituosa. Não completa.

Você e ela.
Ambos se unindo mais em seus caminhos e eu sendo apenas um ponto fora da curva, um desvio na estrada, uma trilha de terra na caminhada.

Você e ela.
Juntos porque separados não fazem tanto sentido. Tentaram mas não conseguiram. Falharam miseravelmente.

E eu?

Eu não faço parte dessa historia, sou apenas um fantasma, uma sombra, uma figurante que desejaria nunca ter subido ao palco.







segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Lamentações...

                   Me sinto só. Apenas isso. Bem-vindo a minha vida solitária. Sozinha: Palavra essa que decifra o que passo diariamente. Dor que em vez de arder,congela,maltrata,corrói. Dor que tira da alma o brilho latente e transformar em obscuro buraco. Sozinha,solidão,só. Apenas isso. Dor profunda. Não existe remédio que cure o que vem de dentro. Não dessa forma. 
                Ando nas ruas e os olhos não me são amigáveis. São como raios que me acuam como um cachorro moribundo com medo do predador. Ando de cabeça baixa, olhando para os meus pequenos passos nessa subida interminável. Ando só, corro só,paro só. Sem companhia,sem ninguém para dar as mãos. Ali as risadas já não fazem mais morada. Elas desistiram depois que em vez de demostrar forte alegria fizeram papel de bobo. Se acuaram, morreram de vergonha e se esconderam de todos, de tudo, de todo o mundo. 
              Durmo sozinha, acordo sozinha,falo sozinha. Minha loucura passou da sua sanidade. Infelizmente as paredes não me respondem, por isso, respondo a mim mesma. Então, dentro do meu quarto predomina-se o som da minha voz, que de tão sozinha se perde no seu próprio eco e se esquece de voltar. Minhas lágrimas caem. A única companhia que me resta são das águas salgadas proveniente da minha dor . Da minha tristeza. Da minha solidão que me absorve diariamente. Me sinto só. Apenas isso. 
                                                                         
                                    FIM  DA LAMENTAÇÃO...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Ela/Ele

Ela era como manhã de verão.
Ele, noite fria.
Ela era um vendaval.
Ele fraca calmaria.
Ela toda hora estava presente.
Ele de repente sumia.
Ela buscava ser sincera.
Ele por qualquer coisa metia.
Ela sempre teve certeza.
Ele nunca se decidia.

Ela por aí se encontrava.
Ele pelo mundo se perdia.
Ela sempre foi casa.
Ele não tinha ideia para onde ia.
Ela gostava de falar.
Ele fazia que ouvia.
Ela esbanjava felicidade.
Ele nem mesmo sorria.
Ela sonhava acordada.
Ele somente dormia.

Ela o amava com vontade.
Ele nunca soube o que sentia.
Ela ia em sua direção.
Ele apenas fugia.
Ela sempre se mostrava.
Ele só se escondia.
Ela sentia de verdade. 
Ele para todos fingia.
Ela somente o enxergava.
Ele nem se quer a via.

O amor dela era escaldante.
O dele nem fervia.
O carinho dela tinha dono.
O dele nem existia.

Ela enfim desistiu, enquanto ele não se resolvia.
Ela viu que tinha amor de sobra, mas que nele não cabia.



sábado, 14 de janeiro de 2017

Talvez...

      Eu e você. Juntos. Mais uma vez. O meu reflexo em seus olhos diziam tudo. Era a maior cilada da minha noite. Mas você me conhece, eu faço tudo errado.Seu olhar me despia em praça publica e eu não tinha muito o que fazer.Meus pés e mãos estava atados e próximos demais para recuar agora. Sou vulnerável a paixão e isso, claro, você também já sabe. Porém repare,  não disse amor e sim paixão. Sabemos que o amor já se foi. Se retirou um tempo atras, se afogou na lagrimas e partiu. Mas a paixão ainda está viva. Permanece aqui, dentro de mim, Não é de fácil acesso, eu confesso. Mas você sabe como encontrar.
       Tudo começou com um abraço. Seu cheiro, seu perfume e sua pele tiveram um efeito hilariante em mim. Nesse momento foi onde eu me perdi. Existia uma voz na minha cabeça que gritada "FUJA!". Mas quem disse que eu queria fugir? Era tarde demais. A voz desapareceu no mesmo instante que seu rosto foi de encontro ao meu. Sua boca perto dos meus ouvidos me arrepiavam inteira e o fim já estava trassado. O beijo? Foi minha culpa, não posso negar e com certeza você não vai me deixar esquecer. O meu autocontrole também  tirou ferias e eu esqueci de te avisar. Mas e daí? Não há arrependimentos aqui, só sentimento de liberdade.Se eu fiz, foi porque eu estava afim, não é mesmo? Eu quis. Tive vontade. Porque no momento que você estava me olhando eu ficava nervosa como uma criança e a sensação dos seus olhos em meu corpo despertava, aos mesmo tempo, os meus desejos de mulher,
        Enfim, me senti viva outra vez. Não te contei? Foi a melhor sensação que senti em alguns anos. O beijo ainda era doce e macio, como eu me lembrava. Minha memoria sempre esteve em ordem.Seu beijo me despertou de um sono profundo. Ele derreteu o gelo do meu coração que a muito tempo eu estava cultivando.Mas calma, não se apresse. A madame aqui ainda está no controle. No meu controle.
          Então, ao terminar, eu sorri e você me olhou outra vez. Seu olhar de cãozinho pidão devia ser proibido pois não tenho duvidas que ele me trará muitos problemas. Mas você me conhece, eu sou apaixonada. Calma, muita calma nessa hora. Respira e leia com cautela. Dê aquele seu sorriso de canto e entenda: Sou apaixonada pela confusão.
        Na despedida, mais alguns carinhos.Mais abraços e beijos. A essa altura já não havia mais nenhum bloqueio. Eu realmente poderia continuar ali o restante da madrugada. Porém, não podíamos. Cada um tinha uma vida a seguir. Por alguns instantes eu só conseguia pensar em repetir aquela noite, só queria voltar no tempo e reprisa-la até eu me cansar de você. Ou você de mim, o que acontecesse primeiro.Só que não conhecemos os mistérios do tempo e infelizmente, não tenho o poder de controla-lo.
      E como em todo bom e velho filme romântico brega (aqueles em que os protagonistas vivem em eternos desencontros) a noite só poderia terminar com uma daquelas frases bem clichês. Por isso, ao me afastar, olhei para você uma ultima vez e fui embora dizendo: "Talvez eu me lembre de você". E quer realmente saber? Talvez. Depois dessa  noite, talvez eu me lembre.

quinta-feira, 31 de março de 2016

Te esqueci ?!

            Seria loucura dizer que te esqueci ?Mas se ainda escrevo não é por que me lembro ?


            Se eu realmente tivesse te esquecido não haveria tantos rabiscos em meus cadernos.Folhas e mais folhas com letras desenfreadas sobre tudo aquilo que sinto e sobre tudo aquilo que imagino sentir ... Se eu tivesse te esquecido não haveria texto algum.Nenhum poema, frase ou verso. Se eu realmente tivesse te esquecido não estaria escrevendo,nesse exato momento,tais palavras. 
            Só de pensar que te esqueci, eu já te lembro. Que irônico.Só de pensar por um momento que superei, é justamente onde estou fardada a lembrança. Eu sempre acreditei que esquecer é justamente não lembrar, com todo o pleonasmo merecido.Mas como mera mortal que sou, pouco te esqueço, muito te lembro.Me lembro que teu sorriso era calmaria, que seu cheiro me envaidecia, que seu humor me acalmava e ria.Me lembro que amava seu olhar, sua forma de falar e seu jeito confuso de pensar. Me lembro que eu apenas achava graça da sua falta de graça e ficava lá,te olhado com meus olhos gigantes. 
          Você era pra ser meu esquecimento moral , meu Alzheimer emocional, meu buraco negro cerebral. Porém você insisti em permanecer, como uma memória vívida, como algo intocável e inesquecível . E só de pensar que eu poderia não pensar em você, me vem a tristeza do pensamento impensado. Confuso não? Mas o que seria de você se não a confusão da minha vida, a perda e o ganho na mesma medida , a dor e a felicidade na mesma proporção?
           É, pois é. Não posso negar que só de lembrar que preciso te esquecer,  faz com que eu não te esqueça e de forma egoísta envaideça esse amor enfermo que tenho por você. Amor contraditório , colocado em purgatório, caçado e julgado na Santa Inquisição... 
Amor proibido, bandido, indevido , imerecido.... Amor tranquilo, desinibido e mal compreendido... 
          E mesmo assim, ando em círculos todas as vezes que procuro achar um motivo para tal ato. E chego sempre no mesmo lugar, de onde antes eu havia saído. E de todas as conclusões possíveis me  resta apenas uma: que é esse amor que me faz lembrar e que só não te esqueço por ainda te amar.

domingo, 6 de março de 2016

O que me tornei?

                 Em frente ao espelho me olho e reflito no que foi que me tornei... Com o tempo e com as mudanças fui perdendo o brilho que transbordava pelos meus olhos.Com o tempo e com os danos fui perdendo a vontade de me relacionar com quem seja... 
                 Perdi o entusiamo , a euforia, a vaidade e a vontade de ter vontade ... Perdi a vontade de demostrar a alegria, o contentamento. Tudo isso me foi roubado. Fui violada, me arrancaram o meu eu e nunca mais ninguém me olhou da mesma forma.Os Olhos de admiração, afeto, carinho  desapareceram dando lugar aos olhares pesados, corriqueiros e perdidos que hoje me cercam... Talvez, por algum descuido eu os tenha atraído. 
                Mas o que se pode  esperar de alguém que perdeu a vontade de ser ela mesma ? O que se esperar de alguém que abandonou a forma como gostava de ser para ser aquilo que nunca pensou ser? Perdi minha identidade, minha essência ,minha diferença. Me tornei qualquer coisa. Hoje sou comum ou ate mesmo nada. 
              Olhando ainda no espelho me procuro por todos os lados. Não sou mais radiante,fascinante. Nem posso mais me sentir assim... Francamente ,o que hoje em mim chamaria a atenção ? Não tenho mais atrativos de primeira visão e nenhum atrativo pós conhecimento... Dentro de mim também não se existe nada. Um vácuo enorme se formou e tomou conta de tudo e a matéria finita perdeu a força..
             Me arrasto literalmente para as obrigações diárias esperado pelo o dia que a rotina não me consuma, não me faça decompor. A beleza dos meus olhos, dos meus gestos, das minhas expressões foram tomados e hoje são todas automáticas, sem vida, sem vigor. Não sou mais o que fui um dia. Se me vêem, não me notam.Se me falam,não me escutam. Nunca saberão de fato o que um dia fui de verdade.
               Percebo, enfim,que me tornei um fruto da minha própria psicose...